Como sempre, rolou no último fim de semana de junho o Glastonbury, o que deixou meu Facebook repleto de memórias dos dias incríveis que passei por lá em 2013 e que, depois de 10 dias de muita nostalgia, resolvi compartilhar com vocês.

Foi a realização de um sonho. Não só porque foi meu primeiro grande festival internacional, mas também por ser o festival sobre o qual mais li desde que a paixão pela música começou a fazer parte da minha vida.
Lembro de sempre ouvir falar e de ler muito a respeito, e sempre pensei “Um dia estarei lá”.

Como comprar ingressos para o Glastonbury
Para comprar ingresso, você tem que fazer um registro antes e fornecer seus dados e uma foto (que será usada na sua credencial do festival). Você receberá um e-mail confirmando data e horário da venda e, na véspera, receberá outro e-mail, desta vez com o link para a compra.
Eu e uma amiga acordamos às 5h da manhã de um domingo para tentar o que não conseguimos fazer na edição de 2011. Mas desta vez a sorte estava do nosso lado e, depois de tanta espera, conseguimos!
O festival acontece na pequena cidade de Pilton, Somerset, a pouco mais de 200 km de Londres, e para evitar o caos completo, a organização incentiva que as pessoas usem transporte coletivo, por isso você tem a opção de comprar só o ingresso, o ingresso com passe de carro ou o ingresso com ônibus.
Caso escolha a última opção, você pode optar de qual cidade vai para o Glastonbury: uma amiga e eu saímos de Londres, enquanto outra amiga foi de Brighton.

Leia também: Minha experiência no Burning Man
Um festival muito além do line-up
Apesar de contar com várias bandas de que gosto muito, o line-up ainda assim não me empolgou tanto, pois já tinha sido melhor em outras edições do festival, mas isso acabou sendo bom, já que eu pude explorar outras partes do evento.
Mesmo assim não consegui ver todos os artistas que queria, já que, como em todo festival, você fica indo de um palco para o outro atrás de quem quer ver e, infelizmente, o horário às vezes é o mesmo e você tem que escolher.
Além disso, é tanta coisa para ver e fazer, não só música, que você se perde um pouco: são instalações de arte, circo, workshops, peças, baladas, gente fantasiada, comida, mercados… e os shows, claro! Você pode dar uma olhada no que rolou por lá este ano no site do Glastonbury.

Você pode chegar na quarta-feira antes do festival e ficar até segunda, que foi o que fizemos. A amiga que foi de Bristol chegou mais cedo com um pessoal, e conseguiram um lugar que além de ótimo para acamparmos, ficava também perto da área do Greenpeace, com mercado de produtos vegetarianos e orgânicos e oferecia banho quente!
Acordávamos de manhã, pegávamos a senha para o banho e tomávamos café da manhã enquanto esperávamos nossa vez.

A previsão era de um dos anos mais chuvosos da história do festival e a quinta-feira não decepcionou, já amanheceu chovendo e assim permaneceu o dia todo. Mas também foi o dia em que começaram vários pequenos shows espalhados por cafés e restaurantes montados por todo o festival. Uma ótima oportunidade de ver boas bandas ainda desconhecidas e começar a entrar no clima.
O Glastonbury só começou oficialmente na sexta, bem quando o Sol apareceu e não foi mais embora. O tempo não poderia ter sido mais perfeito!

Leia também: Veja os shows internacionais em SP neste ano!
Os shows que vi no Glastonbury 2013
Os headliners de 2013 foram Arctic Monkeys na sexta, The Rolling Stones no sábado e Mumford and Sons no domingo, mas o primeiro show que vi foi do The Hives no Other Stage. Como sempre, foram super simpáticos e divertidíssimos, mas foi meio parecido com o que tinham feito em SP em março daquele ano.
Já no Pyramid Stage, o palco principal, meu primeiro show foi do The Vaccines. Foi emocionante chegar lá e ver uma banda que gosto tocando.

Tinha altas expectativas em relação ao show do Arctic Monkeys, já os tinha visto ao vivo algumas vezes e sempre gostei bastante, então pensei: “Eles são muito bons ao vivo, imagina fechando uma noite em Glastonbury. Vai ser épico!” Mas o show foi normal, bom, mas mais do mesmo.
O Rolling Stones sim, foi incrível. Nunca tinha visto a banda antes e o palco estava lotado, não tinha visto e não voltei a ver o Pyramid Stage com tanto público assim. Além de toda a peformamce deles, foi um show pirotécnico, com uma águia em cima do teto do palco, que se mexia e soltava fogo.
Para fechar com chave de ouro, Mumford and Sons, uma das minhas bandas prediletas, e que nunca tinha vindo ao Brasil, num show emocionante (pelo menos para mim) mesmo não tocando After The Storm. Ainda fechei o festival com Vampire Weekend e Vaccines no palco. Lindo!
Além de tudo isso, não nesta ordem: me decepcionei com o show da Kate Nash, meu coração derreteu vendo Devendra com Amarante do Los Hermanos e Fabrizio Moretti do The Strokes, morri de felicidade vendo Two Door Cinema Club com o Sol se pondo e um casal vestido de noivas dançando com os amigos, quase chorei vendo o Glen Hansard (que também nunca tinha vindo ao Brasil) no Acoustic Tent, delirei no show feminista da Amanda Palmer e sorri demais vendo o Rufus Wainwright dedicando música ao marido.

Começa então a segunda-feira com uma tristeza no ar misturada à felicidade de ter testemunhado tudo aquilo. As pessoas começam a levantar acampamento e ir embora e você vê o movimento dos que vão ficar até mais tarde misturados aos que estão indo embora mais cedo. Um acidente na estrada atrasa os ônibus que virão nos pegar e nos dá mais um tempinho naquele lugar mágico para onde anseio em voltar um dia.
Esses e tantos outros momentos me fazem tão bem ao lembrar dos cinco dias maravilhosos que passei na Worthy Farm… mas escrever tudo daria um texto grande demais para publicar aqui.