Uma vez vi uma frase mais ou menos assim: “Ten, o álbum que, no começo dos anos 90, fez muita gente perceber que gostava mesmo era de rock ‘n’ roll”. Me identifiquei com a ideia na hora, porque foi bem assim mesmo comigo.
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Mesmo gostando de música desde sempre, Ten mudou minha vida. Então, nem preciso dizer que o Pearl Jam é a minha banda predileta, né? Fui em todos os shows do Pearl Jam em São Paulo, um total de 6 apresentações, e acho que esta última vez, dia 12 de novembro de 2015, foi uma das melhores.

Como foi o show do Pearl Jam no Morumbi
Com um pouco de atraso, a banda tocou para um Morumbi lotado, 65 mil pessoas foram à loucura, apesar do clima estranho no ar, por conta dos ataques terroristas em Paris, na noite anterior.
Como não podia ser diferente, Eddie Vedder mencionou o ocorrido ao iniciar a apresentação com um lindo “Nosso amor vai para Paris”, em português mesmo, lendo em uma folha de papel sulfite. Como nas outras passagens pelo país, o cantor esbanjou simpatia, conversando bastante com o público, diversas vezes no idioma local.
A banda dificilmente repete set lists e os shows sempre têm surpresas, isso só aumenta o espetáculo que é assistir ao Pearl Jam ao vivo, espetáculo potencializado ainda pelos fãs que cultuam a banda, com razão, e pelas 3 horas de duração.
Tudo começou com Long Road, depois vieram os clássicos (Jeremy, Black, Alive, Daughter, Betterman, e mais um monte), dedicaram Imagine, de John Lennon, a Paris, sofreram uma interrupção de 10 minutos por causa do temporal que caía (até a chuva estava épica, com muitos clarões e trovões), mas que não pôde reprimir por muito tempo o que estava para ser solto depois.
Voltaram com tudo e, mesmo quando as luzes do estádio foram acesas, não pararam. Pareciam não querer ir embora! Encerraram o bis com Yellow Ledbetter e, quando estavam se despedindo do público, Eddie fez um movimento jogando o ombro, como se tivesse pensado “foda-se” e a banda voltou para finalizar, de maneira sensacional, com uma cover de All Along The Watchtower, de Bob Dylan (que todo mundo achou ser do Hendrix).
Como não amar o Pearl Jam?
Além de ser uma banda incrível, eles são super engajados. Costumam pagar compensação por toda a emissão de CO2 de suas turnês. No Peru, mostraram apoio a uma campanha feminista (“Ni una menos”). Em São Paulo, a Paris. No show de Minas Gerais, mencionaram o desastre de Mariana, pediram punição aos responsáveis e doaram o cachê para as vítimas. Como não ser fã e esperar, ansiosamente, pela próxima vez?